quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Carta ao ministro das finanças

Caro Vítor Gaspar,
 
Ontem ao ver o telejornal fiquei atónito ao ouvi-lo dizer que não sabia onde mais cortar gordura despesa.
 
Visto que o tribunal constitucional considera que os sacrifícios têm de ser repartidos por igual entre sector público e privado, certamente que este não se importará se o sr. ministro das finanças acabar imediatamente com as diversas beneces regalias que o sector público goza em regime de exclusividade. É que se os sacrifícios têm de ser repartidos, também a exclusividade nas regalias terá de acabar ou então repartidas. Como não estamos propriamente em tempos de vacas gordas penso que o mais sensato será acabar com estas. 
 
Eis então, muito rapidamente, algumas ideias:
  1. Liquidar imediatamente a ADSE;
  2. Fundir imediatamente a Caixa Geral de Aposentações com a Segurança Social e decretar uma lei geral de pensões comum aos sectores público e privado;
  3. Proibir imediatamente todos os contratos por ajuste directo em todas as administrações (geral e local);
  4. Decretar imediatamente um tecto de 3000€/mensais nas pensões, públicas e privadas;
  5. Decretar imediatamente um tecto de 5000€/mensais nas remunerações de dirigentes de quaisquer empresas ou entidades públicas.
Se quiser mais ideias, basta pedir pois certamente que não será difícil arranjar mais gordura onde cortar. Como vê, é fácil cortar: é preciso é ter tomates para isso...
 
DS

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O que descontar?

Como já referi aqui várias vezes, os mercados são máquinas de descontar o futuro. As maioria das notícias não interessa para nada pois já estão descontadas. Em termos de notícias, apenas acontecimentos inesperados é que influenciam os mercados nos médios e longos prazos.

Por isso irei fazer mais um daqueles exercícios que todo o investidor/especulador deve fazer: resumir o que os mercados poderão descontar nos próximos tempos.

ASPECTOS POSITIVOS:

1. Não consigo vislumbrar nenhum. Quem se lembrar de algum, por favor ponha nos comentários que eu irei actualizarei esta parte se o considerar válido.

ASPECTOS NEGATIVOS:

1. Probabilidade da crise da zona Euro se agravar com a Espanha a ser obrigada a pedir um resgate;

2. Com a FED e o BCE sem mais munições pois já prometeram, respectivamente, compras intermináveis e ilimitadas. Mais do que isso, só se decretarem a fusão dos bancos centrais com os respectivos ministérios das finanaças... 

3. Reduzido impacto na economia das actuais políticas da FED e BCE;

4. Possibilidade real de "hard landing" da economia Chinesa relativamente à qual nunca acreditei nem irei acreditar pois esta é mais uma economia planeada pelo poder central que irá falhar (ver ex-URSS e Japão).

DS

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Desta vez é diferente...

Os mercados são movidos por pessoas com diferentes objectivos, conhecimentos e experiências. Essas pessoas dividem-se basicamente em 3 grupos:

1- O "smart money", ou seja, aquela minoria que investe ou especula por conta própria e que consegue rentabilidades superiores aos índices de referência;
2- Os "gestores de fundos", ou seja, aqueles que são pagos para investir ou especular com o dinheiro dos outros e que, em média, conseguem rentabilidades em linha com os índices de referência;
3- O "dumb money", ou seja, aqueles que conseguem rentabilidades negativas.

Neste momento, parece-me que os mercados estão a ser mais influenciados pelo "dumb money" pois só este grupo é que acredita que "desta vez é diferente" (gráfico cortesia do Zerohedge.com):


Cumprimentos,

DS